Wednesday, February 29, 2012

Rebuliço do céu

“- Hoje deu até para a lua caminhar descalça, em tateios de tatu-r-ana” – zombou a aurora em tempos de segredo ao silêncio…
E o silêncio só respondeu quando já era dia, quando o sol se cala quanto mais aparece, quando menos apetece e, porque a lua dobrasse demais as sobrancelhas em sombranceria, foi a vez da chuva deixar-se cair de amargura:
“Do que lhes é feita a alma, pedaços de universo?”, sem desconfiar que a cada beira de mato em lago, a cada gota de orvalho em lagoa, a cada espuma do mar desembocando rio, esconde-se a madrugada a despontar um novo dia…
que sempre se esquiva
porque é quando as manhãs es-friam
as mal-i-dades
&
calam
as
vozes
que não são
nem eiras, nem beiras
nem tom
- sem-
asneiras…

1 comment:

Anonymous said...

Poema construído com palavras destruídas
versos neo-construtivistas
meio ontológico
lindo poema
lembro quando Gullar destruiu a palavra
roseiral
fiquei louco
um poeta de 45
a la dada
destruindo as palavras
e com ele construindo versos
desconstruídos
muito bom poema poeta

Luiz Alfredo - poeta