Monday, September 02, 2013

mar-s-e-m-tempo

o céu em cinza ziguezagueia e brinca de tempo-presente quando o tempo-será é inexistente e depois vem a lua vem a mão da lua o sol que não é céu mas é o diabo do tempo em esperança porque todo dia teima em ser temporar-i-a-mente vibrante e a tua voz parte cedo e é quando percebo que neste tempo não nos cabem os des-enganos só permanências de não-ser e porque não há porquês só certezas incertas de comer cantigas amarelas-amarulas-da-infância e as amizades que não-são e só o tempo bastando bastardo o alimento-roxo-esdrúxulo-&-à-tinta...somos sóbrios ébrios sem brio e só calamidades mas os gregos souberam daquilo que nos a-grega: tempo inteiro tão tenaz de tecido que murcha barriga de ouvir falar de perito de mosquito de defunto e fim de mundo mudo tempo: a vida é escassa e o tempo se esgota antes do tempo-será.

então, será preciso mais disso e mais daquilo e menos disso&daquilo. Será preciso o encontro-que-não-é. 

O encontro-tempo. O encontro-encanto.O encontro-pirilampo. O eu de mim-mar-morto. O eu-de-mim-trêmulo. e murmúrio-mar. murmúrio-marulando-dormências-de-amor...