Sunday, October 09, 2011

EM SHAKESPEARE, PÓS-SHAKESPEARE, DE SHAKESPEARE…

a opacidade que não é
o fio por entre as rodas dos carros
escorregando os degraus
fora do pensamento
(d)
a manhã (in)sólita
em que nos (des)ocupamos
a aridez da areia
em vento quase noturno
diurno (s)em prece
das dores dos barcos
em maré baixa
fundo de maré alta
o solo em terra sem chuva
a chuva depois da noite escura
o amor a querer mostrar asas
(s) em ternura
o sol quando sente que se despede
mais a falta do teu abraço
(menos)
perene
esta palavra-prece
que queria ser passe
mas é só opacidade
de inverno sub-tropical
depois, é tudo verão
- o lugar que nos aguarda
em sonho
suspensão
sentida
(solidão)
sem suspiro
e o fio por entre as rodas dos carros
e o asfalto, distante, distante…