Friday, May 27, 2011

Morada antiga

A casa ocupa a imensidão do céu, quando é verão. E na casa, há o verão para sempre. Parece. A tarde ocupa-se do tempo em que o vento é só. O vento. E das árvores saem escamas que cobrem as pessoas. Da tarde, somos envoltos em tulipas e lírios feito as penas dos pavões que colorimos, quando éramos crianças, nos cadernos que se perderam. A casa ocupa a imensidão do céu: a linguagem do sonho, em (des)silêncio, a conjugação dos tempos (passado e presente menos o futuro, que é para onde nunca iremos). A casa é só. Nuvem. Encanto. Véu e transparência. A casa é este silêncio em forma de pensamento: o fim da tarde, a noite mais outra, a se desdobrar na memória que desconhecíamos. A casa é.

Wednesday, May 25, 2011

Receita: mariscos ao sol de verão

Mariscos ao sol de verão:
Ingredientes:
- sol a bairrar, sem peneira
- verão picado em salsa de alegria
- torresmos de pimenta em gotas
- mariscos frescos ou semi-frescos
- folhas de primavera
- amor fora da lata
Modo de fazer:
Ler sem pensar escrever.

Receita sem pudor:

para fazer amor de marisco
é preciso uma dose de amor-petisco
desses que as árvores não mostram
exceto quando é primavera

!

Tempo de cozimento: o verão inteiro!
Porções: infinitas (desde que seja verão, ou já na primavera)
Servir frio, porque no calor tudo é quente.
Temperar à moda do Porto!
Esquecer fervuras, cozeduras ou urdiduras. O contágio da alegria é a garantia do sucesso do amor!