Das Decisões num
clique e de baderneiros-manifesteiros: porque manifestantes somos!
Eu queria falar de duas questões e aproveito o momento do
sábado de frio para encurtar num único texto: o repúdio à violência, em tempos
de manifestações sociais desordenadas e governadas, e das decisões no toque de
um clique...
Aparentemente, são coisas
distintas. Aparentemente, são “eventualidades” que poucos enfrentam em desafio
político. Mas, estão ligadas. Assim como estiveram ligadas as recentes
manifestações no resto do mundo, como o Occupy-NY.
Desoccupy-mente-vazia:
baderneiros-manifesteiros não são manifestantes porque são governados. São
manifesteiros: festejam às custas da crítica que nunca vencem. Ou, vencem
sempre aos tapas dos trancos das decisões tomadas num clique (politiqueiro).
Ou, em muitos cliques politiqueiros. Manifestantes somos. Manifestantes
estamos. Eu sou manifestante desde que fui cara-pintada para tirar o CoLLor e
nunca mais veria algo tão suave em política! Impulsionados jovens que éramos
pelo desafio da democracia recente brasileira, acreditávamos estarmos guiados
por um ideal. Perguntas: 1- qual o ideal de hoje? (o de sempre: dignidade
humana). 2- sabíamos que estávamos sendo “bancados” pelos partidos políticos de
“esquerda” (pstu, pt, & cia ilimitada de idiotas)? (alguns de nós sempre
soubemos. Outros souberam logo depois; e ainda outros, somente, mais tarde). 3-
Quem banca essas manifestações? Será a alucinação do vazio geral sem propósitos
pontuais ou será um aglomerado de propósitos que se resumem à violência? Ora,
não, manifestantes não são manifesteiros e não precisam depredar nada, quando
têm espaço e tempo para protestar.
Fica aqui o meu protesto: contra
a violência, contra a boçalidade ideológica, a rusga para com a inevitabilidade
do capital. Pergunta final: quando é que de fato encontraremos soluções
eficazes para os disparates do mundo óbvio do capital? Não é por manifesteiros
e seus descalabros adolescentes, que tanto se assemelham as atitudes PTistas
desde LuLLa e a crescente corrupção...Mas, pela cobrança justa dos que se
(com)prometeram com a política. Tiveram o voto da maioria. E agora? (Parafraseando
Carlos Drummond, “- E agora, José? E agora Maria... E agora povo brasileiro?”)...
E, por fim, como é que os eleitores se voltam “estrategicamente”
(?) contra alguém em quem votaram? É salutar que a insatisfação gere protesto.
Mas, há limites. E estes não têm a ver com o(s) financiador(es) dos tumultos, nem com os variados
descontentamentos pessoais dos manifesteiros, mas têm que ter amparo no que
querem os manifestantes. O quê, afinal? Será legítimo? Já sei que vêm
respostas...e que estas impulsionarão a força da mudança...