Bênção, Mãe!
Das entranhas de ti, o
que sou. Da tua força, garra e dor, eu. Do que deixaste para trás, o futuro. Do
que sonhaste, pesadelos. Das tus lágrimas solidificadas, choro esquecido,
transformado em riso. Das noites mal dormidas, dias ensolarados. Da vida que se
esvai, e mais outro tanto. Das tuas alegrias, alguma mais felicidade para mais
tristeza, porque este é o ciclo. Outro ciclo. Aquele que pensa controlar
todos... Mas, o universo é tão pequeno e cabe nas tuas entranhas e no que não
sou, sendo. O universo é imenso e escapa dos teus anseios, meu e teu percurso.
Das entranhas de ti, uma voz a mais no mundo sem silêncios para roubar o teu
silêncio, para te honrar à eternidade, porque tu és metonímia do que nos
escapa, mãe, o Universo...