Custa-me sempre tanto deixar Portugal...custa-me uma espécie de saudade inerente, de sempre ter de me ir embora de mim, deste eu que é ancestral e em fusão com tantos outros eus que me compõem. Custa-me ter de dizer adeus aos que são tão caros a mim. Custa-me saber que um oceano e mais alguns km ficarão entre uma ponta do amor e a outra. E que os dias terão que se ficar entre a memória e a promessa deste sentimento suave que é a vida em harmonia...Mas, custar-me-ia mais não ter a esperança de que o tempo avança ao reencontro e à proximidade das duas pontas do amor que se vão separar pelo Atlântico, mais uma vez. (e têm sido trinta e duas vezes desde 2009...e mais antes, desde 2007)... Chega um tempo em que já não se quer a saudade, nem a idéia da saudade, só, talvez, o conceito literário da saudade nas obras dos outros. É preciso viver o sol que nos brinda o vôo de todas as gaivotas que cantam a promessa das futuras travessias...
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