Wednesday, February 16, 2011
Goodbye ilha(s) do desterro...
Rasgar papel de presente sem medo do barulho. Matar formigas impertinentes sem dor de ouvido. Fechar as persianas com toda a força e estalar, sem zumbido. Abraçar sem pudor e em total desalinho aquele amigo que não se vê há tempos ou o amor que se (des)encontra todos os dias. Beijar com o ânimo das preces. O cumprimentar efusivo. O deixar-se estar ao sol após o almoço. Observar as aves, quando vão ao mar. Espreitar as folhas, quando caem no outono e fora dele. Resgatar a imagem do relento: o sobreaviso desfeito. Tomar meio litro d´água sem piedade das gotas a se espremerem corpo adentro. Falar alto feito garsa e rir como hienas. Estourar bolhinhas de plástico das embalagens protegidas. Achar os amigos engraçados. Sentir correr o sangue, quando se acelera o passo. Sentir o frio na cara, quando a brisa é gelada. Fazer estrelar a vida, como num único instante de alumbramento: a lua nos teus olhos e o minuto, a valer a eternidade. Saber calar na tempestade. Rasgar papel de encanto. Encantar a tristeza com um sorriso. Resgatar da morte o que se despede todos os dias. Trocar de rosto, de corpo e de vida todos os dias. Isso é ser criança. Viver a grande, em valentia, acreditar nos astros e partir da ilha chamada desterro (que não é Floripa, mas é a ilha onde moram os nossos medos!).
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