Friday, March 21, 2014

(todo) VINTE E UM DE MARÇO

Hoje é o dia da Poesia. dia da (des)mesmice. da não-barbárie. da alegria. que contagia. do tempo do silêncio na alma do infinito. hoje é o dia da Poesia (porque nos outros não há Poesia?). há meia-dívida com a palavra que soletra o desaforo e impera o choro ou a grande selvageria. e sempre grita a menor intempérie. hoje deveria ser sempre. hoje. palavra de carne e osso. palavra de sangue a honrar o que não se celebra como verbo derradeiro. hoje para nunca mais. hoje para sempre. da nuvem ao horizonte. Hoje não é dia da minha poesia. deveria. ser dia de toda a poesia. sem maiúsculas ou minúsculas. só sendo. para que se fizesse o verbo cerne de toda a intenção. verbo (in)certo e certeiro: rimas mal passadas, ritmo insólito do vento sem imagem, pausas acentuadas – para enlouquecer donas de casa e madrinhas de escola de samba, senhores crentes... Não importa. Porque isso importa: A POESIA É SEMPRE, o tanto que não vemos do tempo que se esvai: o teu eu que retiro do meu, o meu eu que reverbera o teu, a palavra maldita, sempre a ser dita.  ou, só o silêncio teimoso por entre linhas, versos (?) escondidos em estrofes condensadas. Hoje é o dia de toda a Poesia, para que não nos esqueçamos do que se tornou diminutivo no mundo imperial dos devaneios...ritmos reverberando batuques (silenciosos ou menos) construindo lenta-mente o que se esvai...

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