o fio do sono partido é uma nuvem desfeita em chuva, é um campo molhado de muito orvalho e é o coração desfeito, refeito em desamor. quando a noite é muito fria, sobra a ode ao verão e a nuvem suspensa, por um fio que não é o fio do sono, mas a catástrofe da vida: insônia. o fio do sono é e só. e quando teima em ser muito feliz, vêm as ondas de verão e os pássaros e guias, os cães...
Sunday, August 11, 2013
Saturday, June 22, 2013
Das Decisões num
clique e de baderneiros-manifesteiros: porque manifestantes somos!
Eu queria falar de duas questões e aproveito o momento do
sábado de frio para encurtar num único texto: o repúdio à violência, em tempos
de manifestações sociais desordenadas e governadas, e das decisões no toque de
um clique...
Aparentemente, são coisas
distintas. Aparentemente, são “eventualidades” que poucos enfrentam em desafio
político. Mas, estão ligadas. Assim como estiveram ligadas as recentes
manifestações no resto do mundo, como o Occupy-NY.
Desoccupy-mente-vazia:
baderneiros-manifesteiros não são manifestantes porque são governados. São
manifesteiros: festejam às custas da crítica que nunca vencem. Ou, vencem
sempre aos tapas dos trancos das decisões tomadas num clique (politiqueiro).
Ou, em muitos cliques politiqueiros. Manifestantes somos. Manifestantes
estamos. Eu sou manifestante desde que fui cara-pintada para tirar o CoLLor e
nunca mais veria algo tão suave em política! Impulsionados jovens que éramos
pelo desafio da democracia recente brasileira, acreditávamos estarmos guiados
por um ideal. Perguntas: 1- qual o ideal de hoje? (o de sempre: dignidade
humana). 2- sabíamos que estávamos sendo “bancados” pelos partidos políticos de
“esquerda” (pstu, pt, & cia ilimitada de idiotas)? (alguns de nós sempre
soubemos. Outros souberam logo depois; e ainda outros, somente, mais tarde). 3-
Quem banca essas manifestações? Será a alucinação do vazio geral sem propósitos
pontuais ou será um aglomerado de propósitos que se resumem à violência? Ora,
não, manifestantes não são manifesteiros e não precisam depredar nada, quando
têm espaço e tempo para protestar.
Fica aqui o meu protesto: contra
a violência, contra a boçalidade ideológica, a rusga para com a inevitabilidade
do capital. Pergunta final: quando é que de fato encontraremos soluções
eficazes para os disparates do mundo óbvio do capital? Não é por manifesteiros
e seus descalabros adolescentes, que tanto se assemelham as atitudes PTistas
desde LuLLa e a crescente corrupção...Mas, pela cobrança justa dos que se
(com)prometeram com a política. Tiveram o voto da maioria. E agora? (Parafraseando
Carlos Drummond, “- E agora, José? E agora Maria... E agora povo brasileiro?”)...
E, por fim, como é que os eleitores se voltam “estrategicamente”
(?) contra alguém em quem votaram? É salutar que a insatisfação gere protesto.
Mas, há limites. E estes não têm a ver com o(s) financiador(es) dos tumultos, nem com os variados
descontentamentos pessoais dos manifesteiros, mas têm que ter amparo no que
querem os manifestantes. O quê, afinal? Será legítimo? Já sei que vêm
respostas...e que estas impulsionarão a força da mudança...
Sunday, June 16, 2013
Tuesday, April 30, 2013
Estou n´Uma Tarde Tranquila em que os bosques têm tons de verde além das almas desesperadas de afeto. Todo o universo é verde, exceto o fio de cabelo na rua cinza. Onde, ninguém passa. Onde, passam todos. Menos o afeto. Mãos enlaçadas em ollhares sobre o rio que atravessa a ponte, n´Uma Tarde Tranquila, de David L.Cawthotne e eu só quero terminar outro texto. Este? pode ser infinito...
Monday, April 29, 2013
Do Leste que não temo...
O cinza zomba desespero nas
montanhas da paisagem diante de minhas vistas. Mas, minhas vistas não zombam do cinza, nem das
montanhas, muito menos do sol, porque sabem que deles todos dependem. Minhas
vistas só existem porque há verde, cinza, sol em palidez ou polidez. Minhas
vistas só zombam da falta de canção do fim do dia, porque é quando encontram a
melodia certa do cinza nas pradarias e montanhas, quando o sol já sem palidez,
pousa pequenino na imensidão oeste do Teu infinito... - o resto é temor em
teimosia...
Saturday, April 27, 2013
Para além do tempo, a vida.
O resto é sul sem água. O resto, disseco em desgosto, desgraça abatida em vento que as águas do rio só levam e me fazem regressar à origem das origens, a foz do coração, onde a vida pulsa, para além do tempo. para além das palavras. para além do mistério do pulsar. Para além do tempo...
O resto é sul sem água. O resto, disseco em desgosto, desgraça abatida em vento que as águas do rio só levam e me fazem regressar à origem das origens, a foz do coração, onde a vida pulsa, para além do tempo. para além das palavras. para além do mistério do pulsar. Para além do tempo...
Noite em tarde de silêncio. Deve haver algum barulho que não seja barulho. Alguma cançao que seja só literal-mente. Sem acessórios, sem as metáforas das nuvens sendo barcos, as minhas palavras, adoçante em tempo de dieta. Quero o doce estrondo das ondas. Lá, onde é sempre infância. Quero o mar marejando o tempo, fazendo-nos crer que amanhã será só o sol. E depois, sonho. Hoje, noite sem destino. Noite, sem manhã. Só. a noite. teus (a)braços. Minha latência. Repetências emotivas de sentimentos que seguem sem correção, feito caligrafia de moleque endiabrado.
Diabrices a parte, eu quero a manhã, porque esta noite é sem tempo. E eu gosto quando nas manhãs me perco. Quando ando sem limites à beira-mar, em busca das estrelas, que caíram n´água com a luz do dia. Noite em tarde de silenciamentos. Só que isto é uma fala. E duas e três e de quantas pessoas isso lerem...Noite em tempo: manhã.
Friday, February 22, 2013
Definição de Um Poeta
DEFINIÇÃO DE UM POETA
Um poeta é alguém que já passou da hora. Já passou do tempo. Maturou sem esperar e sem esperança. E por causa da falta de esperança. Buscou as palavras. Busca as palavras. E sempre fracassa. Fracassa por não dizer, por dizer demais, por dizer o que não queria ter dito. E porque as palavras são feito cobras, são como as pessoas que nos fazem esquecer que o amor é possível.
Um poeta não é um lunático.
Um poeta é. E é porque escreve.
O poeta está farto de pagar a conta. E não quer mais pagar a conta: a água esbarra no asfalto quando pisa, o asfalto derrete-se em desleixo e os queixos (re)quebram nas esquinas vazias de opacidade, ecos de memórias falidas em veleidades, egos em relevos. O poeta está farto de tudo isso e precisa falar.
E ninguém o ouve. Ninguém quer ouvi-lo.
O volume da imagem abóbora do encardido ensolarado da tv é mais insinuante na promessa de um bom desfecho para a semana cinza-escura e lacrimosa com que as pessoas conduzem as suas vidas.
Um poeta não é um lunático. Não é alguém que troca as meias e os sapatos e se faz passar por um lunático. Um poeta é um pobre infeliz que só quer encontrar a paz e as palavras o confundem...
E ele se deixa levar pela suavidade dos sons convidativos da língua e se encanta com as suas possibilidades fruidoras...até que leva o golpe do silêncio, do ruído mais estridente do silêncio que lhe custa mil textos em branco ou da camuflada falta de assunto que lhe faz digerir o segredo da vida: o seu mistério.
Um poeta não é um marxista de pijama, um esquerdista eternamente descontente, achando que pode salvar o mundo da barbárie capitalista.
Um poeta é só alguém que junta o x com s e ao fim da z, com todas as vogais.
Um poeta é só.
E só é poeta porque reinventa. É incansável no reinventar. E este fato em si o torna um verdadeiro revolucionário, sem esquerdismos ou partidos, como os jovens que têm gritado nas ruas de Lisboa...
E um poeta embebeda-se só de idéias. O resto é bêbado.
Tuesday, October 30, 2012
Friday, October 12, 2012
É preciso assistir ao azul que penteia as águas escuras onde nos escondemos.
É preciso voltar aos aromas das flores, aonde elas parecem não existir.
Resgatar o sorriso dos voos das árvores aonde a vista só encontra a imaginação.
E depois, sempre, sempre, regressar à infancia de nós, que deixamos escoar em noites de dias escuros.
Porque o rumo ao sol é o céu em que buscamos a alegria de que nos esquecemos.
O resto é só um depois de se fazer perder em alegrias e contentamentos...- esquecimentos de tantas mágoas...
Sunday, June 24, 2012
Negar o espaço do barulho. Silenciar tudo que for excessivo. Escrever o invisível. Isso tudo requer a arte do enfrentamento: ser, sem descompassos. Apenas com os abraços do que for a si legítimo e com escrúpulos. E isto requer a paz da convicção: a crença na luz que dita a verdade própria. E de cada um. E é assim que vou ao fim de semana...
Sunday, April 08, 2012
pelo dia de Páscoa
só por hoje caminhar em nuvens
mesmo que distante de qualquer formosura
só por hoje sentir a gaivota escura
clarear o canto em sol-sorriso depois de manhã fria
pelo menos por hoje suspender o medo
de fria alegria de noite escura de abraço desfeito
em tom de amargura dissoluta e refazer a ilusão em pó de aurora
suave sentir do respirar: só por hoje
fazer valer o domingo de Páscoa
- inteirinho, em voz de acalento!
mesmo que distante de qualquer formosura
só por hoje sentir a gaivota escura
clarear o canto em sol-sorriso depois de manhã fria
pelo menos por hoje suspender o medo
de fria alegria de noite escura de abraço desfeito
em tom de amargura dissoluta e refazer a ilusão em pó de aurora
suave sentir do respirar: só por hoje
fazer valer o domingo de Páscoa
- inteirinho, em voz de acalento!
Sunday, April 01, 2012
Sunday, March 18, 2012
de quando
este nosso amor olhar roçar querer saber sem entender desvelar rondar perceber perseguir zombar delirar substituir fazer suscitar e, em alguma toada, amar o sabor do desvio do destino do desatino da esperança desesperançada de que fossemos todos iguais e em não sendo não nos importar porque saber é sempre nunca saber e só amar-olhar-roçar-querer-saber-sem-entender-desvelar-rondar-perceber-perseguir-zombar-delirar-substituir-fazer suscitar- invertida-mente, isto é, suscitar-fazer-substituir-delirar-zombar-perseguir-perceber-rondar-desvelar-entender-sem-saber-querer-roçar-olhar-amar ao contrário do que da terra somos feitos: livres-em-sono-em-sonho-(s)em tiranias ou amarras e, depois, esquecer porque o poente vem e nada espera da lua que se levanta se bate a estrela aguda no horizonte da temperatura e assim amo de novo em hora errada em hora deserta em hora estrada. vazia. vazio de comprimento-tempero. acabou a pimenta. veio o jumento e se deixou estar na encosta da linguagem: burrice tentar explicar...
(de) quando?
(de) quando?
noites...?
Há dias em que se é. Há dias em que o eu é esquecimento, sem o saber. E há outros dias, em que o eu é esquecimento sabendo. E nestes, a alma grita...(em congelamento). E aí, para isso, há sempre uma canção...
Wednesday, February 29, 2012
Rebuliço do céu
“- Hoje deu até para a lua caminhar descalça, em tateios de tatu-r-ana” – zombou a aurora em tempos de segredo ao silêncio…
E o silêncio só respondeu quando já era dia, quando o sol se cala quanto mais aparece, quando menos apetece e, porque a lua dobrasse demais as sobrancelhas em sombranceria, foi a vez da chuva deixar-se cair de amargura:
“Do que lhes é feita a alma, pedaços de universo?”, sem desconfiar que a cada beira de mato em lago, a cada gota de orvalho em lagoa, a cada espuma do mar desembocando rio, esconde-se a madrugada a despontar um novo dia…
que sempre se esquiva
porque é quando as manhãs es-friam
as mal-i-dades
&
calam
as
vozes
que não são
nem eiras, nem beiras
nem tom
- sem-
asneiras…
E o silêncio só respondeu quando já era dia, quando o sol se cala quanto mais aparece, quando menos apetece e, porque a lua dobrasse demais as sobrancelhas em sombranceria, foi a vez da chuva deixar-se cair de amargura:
“Do que lhes é feita a alma, pedaços de universo?”, sem desconfiar que a cada beira de mato em lago, a cada gota de orvalho em lagoa, a cada espuma do mar desembocando rio, esconde-se a madrugada a despontar um novo dia…
que sempre se esquiva
porque é quando as manhãs es-friam
as mal-i-dades
&
calam
as
vozes
que não são
nem eiras, nem beiras
nem tom
- sem-
asneiras…
Friday, February 24, 2012
Flutuando horizonte (vertical-mente)
E por um dia quis ser quase-peixe quis ser ave quis deixar de bobagem e engatei o engano de todos os palavreados: deitei-me na relva sem saber que era relva, achando ser nuvem, virando água de rio, onda de mar e sete oceanos e foi quando descobri-me querendo ser ave, quase-peixe, dizendo bobagem, teimando a linguagem...
Wednesday, February 22, 2012
es-cap-ing
back
ing
south
where the sun
lives in people´s minds & hearts...
The Brazilian south(western) region has such splendid landscape...
es-cap-ing
towards
heaven...
where the new meets the old
& most people have happy faces & sweet souls...
off to the seashore
where the rocks sleep
under the waves
& my heart sings tunes
that I never let go...
ing
south
where the sun
lives in people´s minds & hearts...
The Brazilian south(western) region has such splendid landscape...
es-cap-ing
towards
heaven...
where the new meets the old
& most people have happy faces & sweet souls...
off to the seashore
where the rocks sleep
under the waves
& my heart sings tunes
that I never let go...
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