“- Hoje deu até para a lua caminhar descalça, em tateios de tatu-r-ana” – zombou a aurora em tempos de segredo ao silêncio…
E o silêncio só respondeu quando já era dia, quando o sol se cala  quanto mais aparece, quando menos apetece e, porque a lua dobrasse demais as sobrancelhas em sombranceria, foi a vez da chuva deixar-se cair de amargura:
“Do que lhes é feita a alma, pedaços de universo?”, sem desconfiar que a cada beira de mato em lago, a cada gota de orvalho em lagoa, a cada espuma do mar desembocando rio, esconde-se a madrugada a despontar um novo dia…
      que sempre se esquiva
        porque é quando as manhãs es-friam
          as mal-i-dades
           & 
            calam 
          as
          vozes
        que não são
      nem eiras, nem beiras
         nem tom
                - sem-
          asneiras…
 
 
1 comment:
Poema construído com palavras destruídas
versos neo-construtivistas
meio ontológico
lindo poema
lembro quando Gullar destruiu a palavra
roseiral
fiquei louco
um poeta de 45
a la dada
destruindo as palavras
e com ele construindo versos
desconstruídos
muito bom poema poeta
Luiz Alfredo - poeta
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