A ordem do dia começa pela noite? O jornal estampa a foto de um eqüino...competindo a faixa de uma larga avenida em Brasília com um carro e uma moto. Em que ordem o quê era o epíteto neste caso? A garra da alma parnasiana privilegiaria o cavalo...Nobre, porém, terá sido o asfalto no meio do quase nada nada sartreano dos idos 1950 de JK...Estou quase convencida de que a ordem do dia começa pela noite...
Mas e a noite? Ora, essa nasce no beijo tomado às pressas...e no beijo demorado. No abraço esquecido e sempre retomado na recordação de outro abraço...Nas conversas sobre invenções e mais outras que estão por serem feitas...Nos álbuns de fotografias e nos diários que por muito permanecem rígidos segredos...A noite, depois, se refestela nas ocasiões vespertinas de sortes: as mães atentas, os filhos descuidados, as crianças fatigadas das lições, as bibliotecas estremecidamente murmurantes e quase vazias...os encontros furtivos, as frutas já cansadas, desbotando das árvores e estas, sempre teimando em existir...afinal, é mais que o princípio da noite...A noite está onde estamos todos: concentrados, absortos, mergulhados na vida, princípio do dia...
Melhor ouvir as bacchianas e repensar a Semana de 1922...
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