Wednesday, February 29, 2012

Rebuliço do céu

“- Hoje deu até para a lua caminhar descalça, em tateios de tatu-r-ana” – zombou a aurora em tempos de segredo ao silêncio…
E o silêncio só respondeu quando já era dia, quando o sol se cala quanto mais aparece, quando menos apetece e, porque a lua dobrasse demais as sobrancelhas em sombranceria, foi a vez da chuva deixar-se cair de amargura:
“Do que lhes é feita a alma, pedaços de universo?”, sem desconfiar que a cada beira de mato em lago, a cada gota de orvalho em lagoa, a cada espuma do mar desembocando rio, esconde-se a madrugada a despontar um novo dia…
que sempre se esquiva
porque é quando as manhãs es-friam
as mal-i-dades
&
calam
as
vozes
que não são
nem eiras, nem beiras
nem tom
- sem-
asneiras…

Friday, February 24, 2012

Flutuando horizonte (vertical-mente)

E por um dia quis ser quase-peixe quis ser ave quis deixar de bobagem e engatei o engano de todos os palavreados: deitei-me na relva sem saber que era relva, achando ser nuvem, virando água de rio, onda de mar e sete oceanos e foi quando descobri-me querendo ser ave, quase-peixe, dizendo bobagem, teimando a linguagem...

Wednesday, February 22, 2012

es-cap-ing

back
ing
south
where the sun
lives in people´s minds & hearts...
The Brazilian south(western) region has such splendid landscape...
es-cap-ing
towards
heaven...
where the new meets the old
& most people have happy faces & sweet souls...

off to the seashore
where the rocks sleep
under the waves
& my heart sings tunes
that I never let go...

Tuesday, February 07, 2012

Desencapsulando casulos: raízes virando vôo…

Porque o tempo é vento e água. Porque somos a brisa que desconhecemos, a parte ínfima do vento que ignoramos. Porque tudo a cada parte é cabido. E quando desprezivelmente descabido, conscientizamo-nos de quem (não) somos. E ao nos sabermos não-sendo, descobrimo-nos. Depois é tudo de novo: água, vento e tempo, refazendo estações. Às vezes, perdoar é um ruído tenebroso, um barulho que preferimos não conhecer. É um ruído necessário, um barulho desagradável, com voltas alternadas de inconsistência. E preferimos prosseguir, sem dor. Só em lamento descontando o tempo que não fez caber vento sem brisa. Porque há sempre o verão. E há sempre o inverno no verão. O temor de todos nós: o inverno sem verão. Para uma prece de inverno com verão, é uma onda em cápsula desfeita num copo de lágrima virando sorriso…