Tuesday, October 30, 2012

o dia surge sábio: sussurrando amêndoas!
confiar à lembrança o aroma sol estalando vento... depois, só sobre- vo-ar direta-mente ao pensa-mento contra-o-tempo: dias que não fomos o cimento mais areia de que são feitas as casas nas telas das outras casas que já visitamos....

Friday, October 12, 2012

É preciso assistir ao azul que penteia as águas escuras onde nos escondemos. É preciso voltar aos aromas das flores, aonde elas parecem não existir. Resgatar o sorriso dos voos das árvores aonde a vista só encontra a imaginação. E depois, sempre, sempre, regressar à infancia de nós, que deixamos escoar em noites de dias escuros. Porque o rumo ao sol é o céu em que buscamos a alegria de que nos esquecemos. O resto é só um depois de se fazer perder em alegrias e contentamentos...- esquecimentos de tantas mágoas...

Sunday, June 24, 2012

Negar o espaço do barulho. Silenciar tudo que for excessivo. Escrever o invisível. Isso tudo requer a arte do enfrentamento: ser, sem descompassos. Apenas com os abraços do que for a si legítimo e com escrúpulos. E isto requer a paz da convicção: a crença na luz que dita a verdade própria. E de cada um. E é assim que vou ao fim de semana...

Sunday, April 08, 2012

pelo dia de Páscoa

só por hoje caminhar em nuvens
mesmo que distante de qualquer formosura
só por hoje sentir a gaivota escura
clarear o canto em sol-sorriso depois de manhã fria
pelo menos por hoje suspender o medo
de fria alegria de noite escura de abraço desfeito
em tom de amargura dissoluta e refazer a ilusão em pó de aurora
suave sentir do respirar: só por hoje
fazer valer o domingo de Páscoa
- inteirinho, em voz de acalento!

Sunday, April 01, 2012

como?

O vento sussurrou ao mar se a terra poderia entrar e veio a chuva, nuvem em sorriso e disso, a Poesia...
(viva a Palavra, bem-dita bendita!)

Nu

O sol sorri sem disfarces: cem gotas de suave saudade sorrateiramente alçando vôo nas asas do sol que é sempre só dia (hoje).

Sunday, March 18, 2012

de quando

este nosso amor olhar roçar querer saber sem entender desvelar rondar perceber perseguir zombar delirar substituir fazer suscitar e, em alguma toada, amar o sabor do desvio do destino do desatino da esperança desesperançada de que fossemos todos iguais e em não sendo não nos importar porque saber é sempre nunca saber e só amar-olhar-roçar-querer-saber-sem-entender-desvelar-rondar-perceber-perseguir-zombar-delirar-substituir-fazer suscitar- invertida-mente, isto é, suscitar-fazer-substituir-delirar-zombar-perseguir-perceber-rondar-desvelar-entender-sem-saber-querer-roçar-olhar-amar ao contrário do que da terra somos feitos: livres-em-sono-em-sonho-(s)em tiranias ou amarras e, depois, esquecer porque o poente vem e nada espera da lua que se levanta se bate a estrela aguda no horizonte da temperatura e assim amo de novo em hora errada em hora deserta em hora estrada. vazia. vazio de comprimento-tempero. acabou a pimenta. veio o jumento e se deixou estar na encosta da linguagem: burrice tentar explicar...
(de) quando?

noites...?

Há dias em que se é. Há dias em que o eu é esquecimento, sem o saber. E há outros dias, em que o eu é esquecimento sabendo. E nestes, a alma grita...(em congelamento). E aí, para isso, há sempre uma canção...

Wednesday, February 29, 2012

Rebuliço do céu

“- Hoje deu até para a lua caminhar descalça, em tateios de tatu-r-ana” – zombou a aurora em tempos de segredo ao silêncio…
E o silêncio só respondeu quando já era dia, quando o sol se cala quanto mais aparece, quando menos apetece e, porque a lua dobrasse demais as sobrancelhas em sombranceria, foi a vez da chuva deixar-se cair de amargura:
“Do que lhes é feita a alma, pedaços de universo?”, sem desconfiar que a cada beira de mato em lago, a cada gota de orvalho em lagoa, a cada espuma do mar desembocando rio, esconde-se a madrugada a despontar um novo dia…
que sempre se esquiva
porque é quando as manhãs es-friam
as mal-i-dades
&
calam
as
vozes
que não são
nem eiras, nem beiras
nem tom
- sem-
asneiras…

Friday, February 24, 2012

Flutuando horizonte (vertical-mente)

E por um dia quis ser quase-peixe quis ser ave quis deixar de bobagem e engatei o engano de todos os palavreados: deitei-me na relva sem saber que era relva, achando ser nuvem, virando água de rio, onda de mar e sete oceanos e foi quando descobri-me querendo ser ave, quase-peixe, dizendo bobagem, teimando a linguagem...

Wednesday, February 22, 2012

es-cap-ing

back
ing
south
where the sun
lives in people´s minds & hearts...
The Brazilian south(western) region has such splendid landscape...
es-cap-ing
towards
heaven...
where the new meets the old
& most people have happy faces & sweet souls...

off to the seashore
where the rocks sleep
under the waves
& my heart sings tunes
that I never let go...

Tuesday, February 07, 2012

Desencapsulando casulos: raízes virando vôo…

Porque o tempo é vento e água. Porque somos a brisa que desconhecemos, a parte ínfima do vento que ignoramos. Porque tudo a cada parte é cabido. E quando desprezivelmente descabido, conscientizamo-nos de quem (não) somos. E ao nos sabermos não-sendo, descobrimo-nos. Depois é tudo de novo: água, vento e tempo, refazendo estações. Às vezes, perdoar é um ruído tenebroso, um barulho que preferimos não conhecer. É um ruído necessário, um barulho desagradável, com voltas alternadas de inconsistência. E preferimos prosseguir, sem dor. Só em lamento descontando o tempo que não fez caber vento sem brisa. Porque há sempre o verão. E há sempre o inverno no verão. O temor de todos nós: o inverno sem verão. Para uma prece de inverno com verão, é uma onda em cápsula desfeita num copo de lágrima virando sorriso…

Friday, December 30, 2011

Porque é verão...

Ressuscitar o fio tênue das nuvens e marés, quando as nuvens voam ao oceano ou dele escapam, quando as marés fogem em vôo alto de nuvem...e, assim, redescobrir o feitiço de algum sorriso. Desacreditar a descrença. Potencializar a esperança, como último raio de sol em dia de vento e frio. Em dia de inverno. Caminhar até encontrar a luz. Tornar-se a luz. Deixar-se esvanecer, como o poente. Sangrar paixão nas veias, como quando corre um adolescente em tempo de esperança. Fazer deste tempo a vida inteira. E beirar o desapego, como quando o bicho-pau vira graveto a tantos de nós, ignorantes. Ressuscitar o último suspiro que ainda nos torna latentes. Saber esperar sem a pressa jovem da incerteza. Saber ponderar. Para, na sequência, deixar todas as sabedorias em suspenso e ir se banhar nu em pele de alma...

Friday, December 23, 2011

Felicitando O Tempo...

Recolher o medo da lembrança em caixote de papelão. Transformar papelão em magia. Imergir nas águas da memória, sem medo, apenas, em alegria. A que une pessoas. E as afasta das mentiras sustentadas por fatídicos períodos. Coser a linha do amor com a cor da paixão: os dedos refazendo o tempo em tecido claro, em tempo escuro. E guardar tudo o que for a única verdade: o que de nós desconhecemos. Extrair tudo o que não for tecido claro, nem linha de amor, nem cor de paixão. Fazer cair o que não for peça rara: iluminada. Sustentar o brilho do que nos mantém, a felicidade. E transformar a dor em preciosa claridade: (sor)riso em exercício, cristal sinfônico do tempo. Recolher as mãos, se não estiverem em sintonia com a calma, ou a amizade. E neste solilóquio quase-eloquente de pensamento, fazer nascer qualquer vontade: fraternidade. Para que o ano seja de novo a mais velha sabedoria: em esperança, em tempo-contentamento.

Saturday, December 17, 2011

Notícia do dia/Day´s news

O dia acordou querendo encontrar a noite. Beijou a tarde e saiu a passear...
The day woke up willing to meet the night. He kissed the afternoon & went for a stroll...

keepin´an eye on Spring...

Already almost summer
yet keepin´an eye on Spring
daring birds landing on tree tops
& all that we have always left
(behind)
your voice in spring
my circunference in dream
alterity mesmerized
before this fling
& that
other thing

Almost always already spring
in this eternity

Sunday, October 09, 2011

EM SHAKESPEARE, PÓS-SHAKESPEARE, DE SHAKESPEARE…

a opacidade que não é
o fio por entre as rodas dos carros
escorregando os degraus
fora do pensamento
(d)
a manhã (in)sólita
em que nos (des)ocupamos
a aridez da areia
em vento quase noturno
diurno (s)em prece
das dores dos barcos
em maré baixa
fundo de maré alta
o solo em terra sem chuva
a chuva depois da noite escura
o amor a querer mostrar asas
(s) em ternura
o sol quando sente que se despede
mais a falta do teu abraço
(menos)
perene
esta palavra-prece
que queria ser passe
mas é só opacidade
de inverno sub-tropical
depois, é tudo verão
- o lugar que nos aguarda
em sonho
suspensão
sentida
(solidão)
sem suspiro
e o fio por entre as rodas dos carros
e o asfalto, distante, distante…

Tuesday, September 20, 2011

O Perigo Audacioso do QUASE

Há palavras que têm destas coisas. O QUASE é uma delas. É quase como se fosse...uma intempérie, um passo torto, uma distância inexistente, destas que existem só em lembrança ou de vivência alheia... O QUASE atormenta quem gosta de esquemas. Quem vive de besteiras.
No mais, é só e sempre QUASE!
Vejamos...
Há o quase do quase: o que é já não sendo, o que foi e nunca foi, o que não é e sempre o é. Este é o quase: o híbrido do que se não é, do que se é e do que se pretendeu ser, do que se pensa ser e se desconhece... O quase é um fruto verde, ou uma fruta madura, é o momento antes do beijo e depois do abraço. O olhar antes da palavra e depois da consciência do erro. O quase é também o que se deixa de pensar e de se fazer. O que não nos permitirmos. O quase é o medo, mas é também o êxito do (não) descuido - ou, claro, a descuidada estupidez! O quase é só quase porque é precaução e porque é temor. E entre um e outro, vive no limbo, aparente, claro. Porque o quase é senhor. Veja só: quase sabemos das coisas. Depois, quase morremos. Quase percebemos algo...Quase nos deixamos levar (pela palavra quase)...e pelo dia, quando é quase noite ou pela noite, quando é quase manhã...e a audácia perigosa do QUASE deixa de ser crime e passa a ser aliança...e fica ainda mais perigoso...

Friday, August 12, 2011

Aqui, onde não

aqui, sou estrangeira de mim. e isso me basta.
aqui, onde não o ontem. onde não. não apenas. não. aqui, sempre sim. aqui, onde o estrangeirismo se perde, flutua e recorre à membrana superior de mim. aqui. isso, sim, é viver. isso, de ser. isso de ser deveria bastar. mas, há o lá e o acolá. depois, é-se sempre estrangeira. depois. vira-se a página, como se nunca houvesse (des)familiarização, (des)familiarismo. só a sede de não-ser e a fome de desfazer o não-ser. aqui, não me bastam os reticentes olhares estranhos com que frequentemente julgam os meus timbres e fonemas. aqui, sou, apenas. sem ser. sempre. aqui sou apenas sem ser sempre. porque sempre não se é. sempre apenas se é sem sê-lo - em já sendo. estrangeira de nau qualquer. estrangeira de todas as naus. tripulante zero. mar aguando o meu não. o meu basta. aqui. (onde, sim. onda & todas as naus = amor).