Receita de Ano Novo
(aos amigos)
Para ter os desejos todos concretizados, basta um pingo de paciência, uma pitada de força, outra colherada de esforço com concha de vontade, mais um vácuo em que possam ser guardados todos estes ingredientes, sempre antes de serem cozidos, para que se/quando a água ferver, por ebulição de ruído ou muito sol, possa a umidade chover o gás da decência da alegria. Depois, é espalhar confeitos de amor, sem medir os punhados, porque a manteiga amarga do fundo dos cozimentos pode apagar o sabor doce dos alimentos. É recomendável não se esquecer de confeitar com sumos de respeito e reverência, pois assim também a massa de farinha de respeito e desejo, não necessariamente nesta ordem (já tentaram com sucesso, primeiro desejo, depois, respeito, embora o mais comum sejam ambos os ingredientes junto) ganhe ainda mais consistência. Para servir quente e salgado: dispor em pratos de sucesso, com temperos de simpática bondade compartilhada. Para viagem: embalar o que for con-feito em tiras de trans-criação como suspiros em forma de cristal polonês em esculturas de gelo. Os desejos concretizados, dizem, vêm frio se oferecidos nos anos posteriores, ainda que para nós possam ser bons suprimentos...Com café-amigo, anulam as calorias e se mantém a forma da felicidade esculpida nos corpos. Com chá, engorda feito fatia de bolo ao meio-dia. E com bebida alcóolica, desvaloriza o poder de aumentar o volume. Então, que o meu desejo da tua boa mão para a cozinha no novo ano que se aproxima se concretize: doce, salgado, quente ou frio, mas sempre servido com a vontade da esperança, que não nos deixa sair da cozinha...
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