Sexto dia do ano e a imagem da recém-empossada prirmeira presidenta do Brasil ainda tem efeitos sobre o meu sono: afinal, as mulheres estão onde têm de estar – no poder – porém, não necessariamente, no controle deste poder. Empossar uma presidenta eleita com um coronel, chefe do Senado, cuja filha e família comandam há anos um dos estados com maior descalabro desta nação é para além de perigoso, ainda um retrocesso.
Sexto dia do ano, a imagem da recém-empossada primeira presidenta do Brasil, seus aliados e a sombra das lutas interpartidárias que estão por se travar, mais a chuva por São Paulo e a cinza das horas, que das páginas do Manuel Bandeira foram parar nas avenidas onde há mendigos solitários, a revelar que os programas de governo não foram assim tão eficientes como gostaríamos.
Sexto dia do ano, a cinza das horas e a chuva a secar manhã adentro. Saudades do Brasl. Que nunca foi, nem será, exceto pelos aforismos oníricos dos poetas e dos músicos. O Brasil que nunca foi, como naquele outro poema do Bandeira (e dele ainda tantos outros): “a vida inteira que poderia ter sido e não foi”...O avião da janela do hospital, onde o hospital é uma viagem qualquer, para fora do país, e o avião, o sonho do Brasil crescer em verdadeiro. Não em falso – na minha recriação interpretativa, claro, do poema do Bandeira.
Mulheres nascemos com e para o poder, sem dele precisar. E isso nos faz independentes – claro que aqui falo das mulheres que sabem disso ou isso não ignoram!
Sexto dia do ano e duas únicas certezas: a chuva é imprescindível. O riso, também. O poder, na esfera federal, um ab-uso.
2 comments:
Gi:
Adorei otexto!
Passarei sempre por aqui!
Bjs,Alê
Obrigada, Lelê!
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Agradeço muito o seu feedback!
Bj n´alma
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